A gestão de condomínios é uma realidade global, com suas nuances e particularidades em cada país.
No Brasil, com mais de 1 milhão de condomínios, e nos Estados Unidos, com cerca de 5 milhões de comunidades, o gerenciamento desses espaços compartilhados apresenta similaridades e diferenças significativas.
Neste artigo, vamos explorar as características da gestão condominial em ambos os países, aprofundando a análise do modelo americano, principais diferenças e oportunidades para o mercado brasileiro. Continue lendo!
Tem condomínio nos Estados Unidos?
Sim, existem condomínios nos Estados Unidos. Mas com algumas diferenças.
Embora à primeira vista pareçam semelhantes aos condomínios brasileiros, os condomínios nos EUA, sejam de casas ou apartamentos, têm suas peculiaridades.
Nos EUA, esses empreendimentos são geralmente administrados por Homeowners Associations (HOAs), ou Associações de Moradores, que funcionam de forma similar aos condomínios no Brasil, mas com algumas diferenças importantes.
Tipos de moradias em condomínios norte-americanos
Assim como no Brasil, os condomínios nos EUA oferecem diferentes tipos de moradias, cada uma com suas características e atrativos:
- Apartments: são semelhantes aos apartamentos brasileiros, geralmente alugados;
- Condos: também apartamentos, mas geralmente comprados e com áreas comuns como playground, piscina e academia;
- Townhouses: casas geminadas, com valor mais acessível;
- Kitnets, Studios e Lofts: pequenos e práticos, ideais para quem mora sozinho;
- Casas independentes (Single Family): residências maiores, com mais privacidade e quintal.
Particularidades dos condomínios norte-americanos
- Gestão pelas HOAs: as HOAs são responsáveis pela administração, definindo regras, cobrando taxas e mantendo as áreas comuns;
- Regras e regulamentos: as HOAs podem estabelecer regras rigorosas sobre a estética das casas, utilização das áreas comuns e comportamento dos moradores;
- Manutenção e serviços: a HOA geralmente se encarrega da manutenção das áreas comuns, coleta de lixo e jardinagem, contratando empresas especializadas para esses serviços;
- Tipos de condomínios: assim como no Brasil, existem condomínios residenciais, comerciais e mistos nos EUA.
Existe a figura do síndico nos Estados Unidos?
A figura do síndico, como conhecemos no Brasil, não existe exatamente nos Estados Unidos.
Em vez de um síndico individual, a responsabilidade pela administração é dividida entre:
- Empresas administradoras: é comum que empresas terceirizadas cuidem da gestão financeira, administrativa e contábil dos condomínios. Os funcionários dessas empresas geralmente não residem no condomínio;
- Zelador (ou gerente predial): semelhante ao zelador no Brasil, ele é responsável pela manutenção do dia a dia e pode morar no condomínio;
- Landlord: em alguns casos, principalmente em condomínios menores ou de propriedade de uma única pessoa, o landlord assume funções similares às do síndico, cuidando da administração e manutenção. Ele geralmente reside no condomínio e pode ser o proprietário de um ou mais imóveis.
Síndico x Presidente da HOA
Embora o síndico e o Presidente da HOA compartilhem responsabilidades na gestão de suas comunidades, existem diferenças importantes em suas atribuições e na extensão de seus poderes.
No Brasil, o síndico possui um papel mais abrangente, com responsabilidades que incluem:
- Combater a inadimplência;
- Zelar pela segurança do condomínio;
- Gerenciar as finanças e manter as contas em dia;
- Organizar assembleias e prestar contas aos moradores;
- Responder civil e criminalmente por suas ações.
Nos EUA, o Presidente da HOA tem maior autonomia e o Conselho Administrativo pode tomar decisões que afetam a comunidade sem a necessidade de aprovação prévia dos moradores, a menos que isso esteja explicitamente previsto no regulamento da HOA.
Essa autonomia permite maior agilidade na gestão, mas exige transparência e responsabilidade por parte do Conselho.
E o Conselho?
Nos Estados Unidos, a gestão dos condomínios (HOAs) se apoia em um sistema de conselho voluntário.
Isso mesmo, os membros do conselho administrativo das HOAs não recebem qualquer tipo de remuneração ou benefício pelo seu trabalho.
Essa estrutura de trabalho voluntário é um dos pilares do modelo de gestão condominial americano, e se baseia na ideia de que os próprios moradores são os mais interessados em garantir o bom funcionamento e a valorização da comunidade.
E o Regimento Interno?
Assim como no Brasil, os condomínios nos Estados Unidos também possuem regras de convivência e normas para o uso das áreas comuns.
Mas, em vez de um Regimento Interno tradicional, eles utilizam as “House Rules” (Regras da Casa), que definem as diretrizes para a vida em comunidade.
As House Rules abrangem uma variedade de aspectos da vida condominial, como:
- Horários de silêncio;
- Utilização das áreas comuns;
- Animais de estimação;
- Estacionamento;
- Lixo e Reciclagem;
- Mudanças e Reformas;
Participação dos moradores nas reuniões de assembleias
Uma curiosidade sobre os condomínios americanos é que a participação dos moradores nas assembleias é mais restrita do que no Brasil.
As assembleias são menos frequentes e, em muitos casos, a participação se limita aos membros do conselho administrativo.
No entanto, as House Rules são elaboradas e aprovadas pelo conselho com base nas leis estaduais e na “Declaração de Condomínio” (documento principal que define as regras gerais do condomínio), levando em consideração o bem-estar da comunidade.
O papel das associações de moradores nos EUA (HOAs)
Nos Estados Unidos, as Homeowner’s Associations (HOAs), ou Associações de Moradores, desempenham um papel central na administração de comunidades planejadas, como condomínios residenciais e bairros fechados.
O objetivo principal das HOAs é preservar o valor das propriedades e garantir a qualidade de vida dos moradores.
As HOAs possuem poder de regulamentação, estabelecendo normas que abrangem desde questões estéticas, como a padronização da cor das casas ou o tamanho das janelas, até regras de convivência e utilização das áreas comuns.
O descumprimento dessas normas pode resultar em multas e sanções para os moradores infratores.
Estrutura de governança: Conselho administrativo e presidente
A gestão das HOAs é conduzida por um Conselho Administrativo (Board of Directors), eleito pelos moradores, e liderado por um Presidente (President).
O Presidente da HOA exerce funções similares às do síndico no Brasil, sendo responsável por:
- Agendar e conduzir as reuniões do Conselho;
- Assinar e garantir o cumprimento dos documentos normativos da HOA;
- Representar a comunidade perante parceiros e fornecedores;
- Convocar votações e assembleias;
- Nomear comitês para tarefas específicas
A importância da legislação e dos documentos normativos
Tanto no Brasil quanto nos EUA, a gestão condominial é regida por leis e regulamentos específicos.
No Brasil, o Código Civil e a legislação condominial estabelecem as diretrizes para a administração de condomínios.
Nos EUA, as leis estaduais e federais definem as bases para a atuação das HOAs, complementadas pelos documentos normativos da própria associação, como a Declaração de Condomínio (Declaration of Condominium), as Regras da Casa (House Rules) e o Estatuto Social (Bylaws).
É fundamental que os gestores condominiais, tanto no Brasil quanto nos EUA, estejam familiarizados com a legislação e os regulamentos aplicáveis, a fim de garantir uma administração eficiente e em conformidade com as normas.
Community Management: A terceirização na gestão de HOAs
Assim como no Brasil, as HOAs nos EUA podem contratar empresas terceirizadas para auxiliar na gestão da comunidade.
Essas empresas, especializadas em Community Management ou Property Management Services, oferecem serviços que abrangem desde a administração financeira e a cobrança de taxas condominiais até a gestão de funcionários e a manutenção das áreas comuns.
A terceirização da gestão condominial pode trazer diversos benefícios para as HOAs, como:
- Profissionalização da gestão;
- Redução de custos;
- Acesso a expertise e recursos especializados;
- Maior eficiência na administração;
- Liberação do tempo do Conselho Administrativo para focar em questões estratégicas.
Tecnologia: Uma ferramenta essencial na gestão condominial moderna
A tecnologia tem se tornado cada vez mais importante na gestão condominial, tanto no Brasil quanto nos EUA.
Softwares de gestão, plataformas online e aplicativos móveis facilitam a comunicação entre moradores e gestores, automatizam tarefas administrativas, simplificam a gestão financeira e proporcionam maior transparência na prestação de contas.
A adoção de soluções tecnológicas na gestão condominial contribui para:
- Reduzir custos operacionais;
- Aumentar a eficiência da gestão;
- Melhorar a comunicação e o engajamento dos moradores;
- Facilitar o acesso à informação;
- Elevar a qualidade dos serviços prestados.
A gestão condominial, seja no Brasil ou nos EUA, desempenha um papel fundamental na organização e na qualidade de vida das comunidades.
A busca constante por aprimoramento, a adoção de tecnologias inovadoras e a adaptação às necessidades específicas de cada comunidade são os pilares para uma gestão condominial eficiente, transparente e que contribua para o bem-estar de todos os moradores.
Dê o primeiro passo na sua gestão condominial. Conheça agora o TownSq e faça a diferença no bem-estar da sua comunidade.
0 comentários