A manutenção predial é essencial para garantir a segurança, longevidade e valorização de um edifício.
Negligenciar essa tarefa pode resultar em problemas estruturais, custos elevados com reparos emergenciais e até acidentes graves.
Neste guia, abordaremos como preservar a estrutura do prédio por meio de manutenções preventivas, corretivas e a importância de seguir as normas técnicas, evitando riscos desnecessários e assegurando o bem-estar de todos os moradores.
Vamos explorar as principais práticas e responsabilidades que ajudam a manter o condomínio em perfeito estado, prevenindo desastres futuros. Continue lendo!
O que é manutenção predial?
Manutenção predial é o conjunto de atividades planejadas para preservar, reparar e garantir o funcionamento adequado de edifícios, sejam eles residenciais, comerciais ou industriais.
Ela envolve o cuidado contínuo de todos os sistemas e componentes do prédio, desde as instalações elétricas e hidráulicas até estruturas maiores, como fachadas e elevadores.
O objetivo principal é prolongar a vida útil da edificação, manter a segurança dos ocupantes e evitar problemas maiores que poderiam resultar em gastos excessivos e emergências.
Há três tipos principais de manutenção predial:
- Manutenção preventiva: Focada em prevenir danos e problemas antes que eles ocorram, a manutenção preventiva envolve atividades regulares, como a verificação de instalações elétricas, limpeza de caixas d’água, e revisão de elevadores. O foco aqui é evitar acidentes e garantir que o prédio continue operando sem interrupções;
- Manutenção corretiva: Diferente da preventiva, a manutenção corretiva trata de reparar danos e falhas que já ocorreram. Exemplos comuns incluem o conserto de rachaduras em paredes, reparos de vazamentos ou trocas de peças defeituosas em equipamentos;
- Manutenção preditiva: Esse tipo de manutenção utiliza monitoramento e análise de dados para prever quando um sistema ou equipamento precisará de reparos, otimizando os custos e prevenindo paradas inesperadas nas operações do prédio.
Essas manutenções, quando realizadas de forma regular e organizada, evitam problemas graves, como falhas em sistemas críticos, que podem comprometer a segurança dos ocupantes e levar a grandes despesas emergenciais
Qual é a importância da manutenção predial?
A importância da manutenção predial reside em sua capacidade de garantir segurança, preservar o valor do imóvel e gerar economia a longo prazo.
Um edifício bem conservado está menos propenso a acidentes como desabamentos, incêndios e vazamentos, o que protege os moradores e evita tragédias.
Além disso, uma manutenção regular impede o desgaste da estrutura, prolongando sua vida útil e reduzindo a necessidade de grandes reformas, que podem ser custosas.
Outro ponto relevante é a valorização do imóvel. Um prédio em boas condições atrai inquilinos e compradores, sendo mais competitivo no mercado.
A manutenção predial também contribui para a eficiência energética, uma vez que sistemas bem conservados, como o elétrico e o hidráulico, tendem a consumir menos energia e água.
Além disso, a manutenção regular garante que o edifício esteja em conformidade com as normas de segurança e regulamentações, evitando multas e garantindo o funcionamento adequado de sistemas essenciais, como alarmes de incêndio e instalações elétricas.
Quais são as normas técnicas de manutenção predial?
As normas técnicas de manutenção predial estabelecem diretrizes essenciais para garantir a segurança, durabilidade e funcionamento adequado das edificações. Essas normas abrangem aspectos preventivos e corretivos, além de orientar a gestão eficiente dos processos de manutenção.
Veja quais são as principais normas técnicas relacionadas à manutenção predial:
NBR 5674 – Manutenção de Edificações: Requisitos para o Sistema de Gestão de Manutenção
Esta norma define os requisitos para um plano de manutenção predial, abrangendo atividades preventivas e corretivas.
Ela também estabelece as responsabilidades de proprietários e gestores e orienta sobre a frequência e os prazos de manutenção para diferentes sistemas da edificação, como elevadores, sistemas elétricos e hidráulicos.
NBR 14037 – Diretrizes para a Manutenção de Edificações
Foca na manutenção preventiva, que visa conservar as edificações em boas condições de uso.
A norma orienta sobre a periodicidade das manutenções e os tipos de inspeções necessárias para evitar problemas maiores.
NBR 15575 – Edificações Habitacionais: Desempenho
Esta norma aborda o desempenho global da edificação, especialmente para residências, tratando de questões como segurança estrutural, estanqueidade, durabilidade e requisitos de conforto.
Ela é relevante para a manutenção predial, pois fornece parâmetros para a qualidade dos materiais e sistemas usados.
NBR 16747 – Inspeção Predial
Esta norma estabelece critérios para a realização de inspeções prediais, fundamentais para avaliar o estado da edificação e definir um plano de manutenção.
A norma orienta sobre a elaboração de relatórios de inspeção que apontam as condições da estrutura, sistemas e componentes, além de sugerir as ações necessárias.
Leia também: Inspeção predial: o que você precisa saber sobre a NBR 16.747
NBR 16280: Reforma de Edificações e a Responsabilidade no Condomínio
A NBR 16280, em vigor desde 2014 e atualizada em 2015, estabelece normas específicas para reformas de edificações, garantindo a segurança estrutural e a proteção dos moradores em condomínios.
Essa norma exige que, antes de qualquer obra que possa alterar ou comprometer a segurança da edificação, o responsável pelo imóvel apresente uma documentação técnica detalhada ao síndico.
Isso inclui um laudo assinado por um engenheiro ou arquiteto, o plano da obra e o cronograma de execução.
A norma visa eliminar intervenções feitas por pessoas sem qualificação, prevenindo acidentes e assegurando que as reformas sigam padrões de qualidade.
Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre a NBR 16280
PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle (Lei Nº 13.589/2018)
Essa regulamentação específica para sistemas de climatização estabelece a obrigatoriedade de um plano de manutenção para garantir a qualidade do ar em ambientes climatizados artificialmente. Aplica-se a prédios de uso público e coletivo.
Essas normas formam a base da manutenção predial no Brasil, garantindo que edificações permaneçam seguras e operacionais ao longo do tempo, preservando seu valor e evitando a ocorrência de acidentes ou falhas estruturais graves.
Quais são as manutenções de um condomínio?
As manutenções em um condomínio são fundamentais para garantir a segurança, funcionalidade e bem-estar dos moradores.
Elas podem ser divididas em três principais categorias: preventivas, corretivas e preditivas, cada uma com suas funções e frequências específicas.
Abaixo, uma lista das principais manutenções que devem ser realizadas:
Manutenção dos elevadores
Essencial para a segurança dos usuários, a manutenção preventiva deve ser realizada mensalmente por empresas especializadas. A revisão mais profunda e a modernização geralmente ocorrem após cerca de 15 anos de uso.
Leia também: Manutenção e economia de elevadores em condomínios: mitos e verdades
Manutenção elétrica
Inclui a verificação das instalações, reaperto de conexões, testes de disjuntores, e substituição de componentes desgastados.
Essas ações devem ser realizadas anualmente ou conforme a necessidade, para evitar falhas que possam causar incêndios ou outros problemas
Manutenção de para-raios
A norma NBR 5419 exige inspeções semestrais e a medição ôhmica anual para garantir que o sistema de proteção contra descargas atmosféricas esteja funcionando corretamente.
Leia também: Manutenção de para-raios: como funciona e qual é a sua importância?
Manutenção de piscinas
Piscinas requerem cuidados diários, como filtragem e controle de cloro, além de limpeza semanal das bordas e aspiração do fundo. Também é importante garantir a segurança com sinalizações e cercamentos adequados.
Leia também: Piscina do condomínio: cuidados na hora de fazer a manutenção
Extintores de incêndio
A manutenção dos extintores precisa ser realizada anualmente por empresas certificadas pelo Inmetro. Além disso, os equipamentos devem passar por inspeções visuais frequentes para garantir que estejam em bom estado.
Leia também: O erro fatal que síndicos estão cometendo: como o laudo AVCB pode evitar desastres
Dedetização e controle de pragas
A dedetização deve ocorrer duas vezes por ano, geralmente nos períodos de abril e outubro, para evitar infestações de insetos e roedores.
Leia também: Dedetização em condomínio: quem paga a conta?
Limpeza e desobstrução de caixas de gordura e esgoto
Essas tarefas previnem entupimentos e vazamentos que podem causar danos significativos ao patrimônio, além de prejudicar a saúde dos condôminos.
Leia também: Caixa de gordura em apartamento: por que a sua manutenção é tão importante?
Essas manutenções regulares ajudam a preservar a estrutura do prédio, reduzir custos com reparos emergenciais e garantir a tranquilidade dos moradores.
Quem é responsável pela manutenção do condomínio?
A responsabilidade pela manutenção de um condomínio é dividida entre o síndico, os condôminos e, em alguns casos, a administradora contratada para gerir as atividades de manutenção.
Veja os papéis principais de cada parte:
Síndico
O síndico é a figura central responsável pela gestão do condomínio e, por consequência, pela coordenação da manutenção predial.
Ele deve garantir que manutenções preventivas e corretivas sejam realizadas conforme o cronograma e dentro das normas de segurança.
Cabe ao síndico contratar empresas especializadas, supervisionar serviços, e zelar pela segurança e bem-estar dos moradores
Condôminos
Embora o síndico tenha a responsabilidade principal, os condôminos também têm um papel importante.
Eles devem contribuir financeiramente para o fundo de manutenção, participar das assembleias para aprovar gastos e relatar problemas que necessitem de reparos.
Sua participação é vital para o bom funcionamento do condomínio
Administradora
Em muitos condomínios, uma empresa terceirizada é contratada para auxiliar o síndico na gestão da manutenção.
Essa empresa pode cuidar da parte burocrática, acompanhar o cronograma de manutenções e garantir que os serviços sejam executados por profissionais qualificados
A responsabilidade final, no entanto, recai sobre o síndico, que responde legalmente por garantir que o condomínio esteja em conformidade com as normas vigentes e com a segurança de todos.
Quais são os principais riscos da falta de manutenção predial?
A falta de manutenção predial pode acarretar diversos riscos significativos que não apenas comprometem a integridade da estrutura do prédio, mas também afetam a segurança e a saúde dos moradores.
Aqui estão alguns dos principais riscos associados à negligência na manutenção:
Infiltrações
A ausência de cuidados pode levar a infiltrações em pisos e paredes, comprometendo a estrutura do edifício.
Isso pode resultar na formação de mofo, que afeta a qualidade do ar e a saúde dos ocupantes, além de gerar odores desagradáveis.
Rachaduras e desabamentos
Edifícios sem manutenção regular podem apresentar rachaduras que não apenas prejudicam a estética, mas também representam um sério risco estrutural.
A deterioração severa pode culminar em desabamentos, levando a consequências fatais e danos materiais significativos.
Incêndios
A falta de manutenção nas instalações elétricas aumenta o risco de curtos-circuitos e incêndios.
Problemas como sobrecarga na fiação e falhas em sistemas de combate a incêndio são frequentemente resultantes de negligência, podendo causar desastres maiores.
Acidentes e lesões
Ambientes mal mantidos podem ser perigosos.
Problemas com revestimentos, letreiros de fachadas e outros elementos estruturais podem levar a acidentes que ferem os moradores e visitantes do edifício.
Gastos emergenciais elevados
Ignorar a manutenção preventiva frequentemente resulta em custos muito mais altos a longo prazo.
Reparos emergenciais são geralmente mais caros do que a manutenção programada, pois envolvem a correção de problemas maiores que poderiam ter sido evitados.
Deterioração do imóvel
A falta de manutenção contribui também para a rápida depreciação do imóvel, impactando o seu valor de mercado e a imagem da empresa ou entidade que o administra.
Isso pode resultar na perda de clientes e na diminuição da capacidade de atrair novos negócios.
Para finalizar, é importante lembrar que a manutenção regular não só protege a estrutura do condomínio, como também garante a segurança de todos os moradores e a valorização do imóvel.
Cada detalhe, desde a manutenção elétrica até o cuidado com fachadas e sistemas de combate a incêndios, faz a diferença na preservação do patrimônio.
Se você está planejando realizar reformas no condomínio, é essencial seguir a NBR 16280, em vigor desde 2014, que exige a entrega de documentos ao síndico antes de iniciar qualquer obra.
Para ajudar nesse processo, preparamos um modelo gratuito do Termo de Responsabilidade sobre Obras. Baixe agora e assegure que a sua reforma esteja dentro das normas e com a segurança garantida!
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