Já se perguntou como a TownSq surgiu? Afinal, não é todo dia que jovens empreendedores resolvem investir em tecnologia para condomínios.
Para explicar melhor como foi que três gaúchos formados em Ciência da Computação deram os primeiros passos em busca de uma ferramenta inovadora e que melhora a qualidade de vida em comunidade, confira a entrevista com o CEO e cofundador da TownSq, João David.
Em primeiro lugar, como foi o processo de criação da TownSq?
Lá em 2013, a gente viu que o mercado imobiliário era um mercado bastante carente de tecnologia e, dentro do mercado imobiliário, vimos que algumas empresas, principalmente nos Estados Unidos, já estavam resolvendo essa carência em tecnologia, como o Zillow e o Trulia.
Porém, essas empresas estavam resolvendo [a carência] no mercado transacional. Hoje, a gente ainda continua vendo empresas serem disruptivas nessa área, como o Quinto Andar, mas o foco ainda é no mercado transacional, que é compra, venda, aluguel, essas coisas assim.
Dentro do mercado imobiliário, encontramos um mercado que era ainda mais carente do que o mercado transacional, que é o mercado de gerência de propriedades, o próprio property management que a gente fala nos EUA.
A gente viu duas coisas muito interessantes nesse mercado, dois gaps muito grandes nesse mercado, e percebeu que, se resolvidos, existia uma grande oportunidade ali.
Quais eram esses gaps?
O primeiro é o que a gente chama de “paradoxo de comunicação”. Ou seja, as pessoas não conheciam os seus vizinhos. E quando eu falo em conhecer os vizinhos é, muitas vezes, não saber nem o nome deles.
E por que acharam isso paradoxal?
Porque a sua casa é, na maior parte das vezes, o maior investimento da sua vida. É onde você passa boa parte do seu tempo. É onde você fica com a sua família, é um ambiente extremamente importante na sua vida, um asset muito importante. E se naquela época, em 2013, a gente conseguia falar com qualquer amigo no mundo inteiro através do Facebook e outras redes. Era possível falar com alguém no Japão, por exemplo.
A internet proporciona essa facilidade, mas, ao mesmo tempo, a gente não sabia nem o nome dos nossos vizinhos, isso é muito paradoxal. Então, esse é o grande gap de comunicação.
E a gente já sabe que muitas sinergias podem ser criadas ali. daqui a pouco você está com dor no joelho e o seu vizinho é o maior especialista de joelho do planeta. Ou ter ao menos uma relação amigável para ter com quem deixar o seu filho e filha em um momento de necessidade.
A segunda questão é um gap operacional, que fala um pouquinho sobre a indústria de administração de condomínios. Diferente de outras indústrias, a experiência [da indústria] era muito diferente.
Ao invés de ser automatizado, com uma experiência bacana, era um monte de ligação telefônica, planilha, papel, burocracia. Quando você entrava em uma administradora de condomínio, parecia uma coisa do século passado – isso naquela época, estamos falando de 2013. Então não tinha muita tecnologia a serviço dessa indústria.
Então vimos que se conseguíssemos conectar e fechar esses dois gaps, tanto o paradoxo de comunicação quanto o de operação, havia uma grande oportunidade ali.
E assim foi que surgiu o Socialcondo – na época Socialcondo, agora TownSq – para resolver esses dois gaps. A gente conecta as pessoas aos seus vizinhos e à gestão do condomínio, e oferece diversas ferramentas e serviços que buscam essas duas coisas, como aumentar o valor da propriedade das pessoas através de serviços melhores, assim como melhorar a experiência em comunidade, em conjunto.
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O nome da empresa nem sempre foi TownSq. Por que TownSq?
A empresa foi fundada no Brasil em 2013 chamada de “Socialcondo”, e o nome unia social da parte de comunicação entre as pessoas e condo de condomínio.
Em determinado momento, em 2017, fizemos a internacionalização da empresa e fomos para o mercado americano, que hoje é onde temos o maior número de unidades. E, nos EUA, o nome Socialcondo não funcionava.
Não funcionava pelo motivo de que condomínio no Brasil é o que basicamente caracteriza uma associação de moradores nos EUA, onde as pessoas em conjunto são donos daquele empreendimento. Uma porção daquele empreendimento é de cada pessoa e é constituída ali a associação dessas pessoas.
Mas nos EUA, condo ou condomínio é um dos tipos de moradia entre vários outros. É como se no Brasil, nós utilizássemos o nome social-condomínios verticais ou social-condomínios comerciais, então é uma coisa que não funciona. Por isso, tivemos que buscar um novo nome e chegamos a TownSq porque o nosso serviço representa digitalmente o que um town square representaria na vida real.
E o que é um “town square“?
Antigamente e ainda hoje em cidades menores, town square é aquela praça central geralmente com chafariz, onde as pessoas vão se encontrar para confraternizar, fazer um evento ou até para encontrar um serviço ou comércio que precisam.
Essa praça é também o coração daquela comunidade. A gente percebeu que seria interessante usar o termo como nome, já que é exatamente isso o que representamos virtualmente. Acreditamos que é um nome que fez sentido.
No Brasil, foi um pouco difícil para as pessoas começarem a atender esse [novo] nome, enquanto que nos EUA já fazia todo sentido. Agora, os brasileiros já entendem e já falam bem TownSq.
Como é trabalhar a tecnologia em uma área que é vista como bem tradicional aqui no Brasil?
Na verdade, acho que a gente só utilizou isso em nosso favor porque, apesar de ser bastante tradicional e tudo mais, a gente sempre foi na pegada mais de “nós ajudamos as comunidades”, “nós ajudamos as pessoas a viverem em conjunto melhor”, “ajudamos a valorizar a propriedade das pessoas”, que é muitas vezes o maior bem delas.Uma proposta de valor, uma razão bem forte.
A gente nunca encontrou problemas nesse sentido. E do ponto de vista de mercado, a carência da área sempre ajudou a crescer, a ter vindo para os EUA, por exemplo, e ter crescido tão rápido por aqui também. Sempre foram mais benefícios do que dificuldades.
Quer saber mais sobre a TownSq? Assista o vídeo abaixo e inscreva-se no nosso canal:
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